
Serginho Boa Pessoa enaltece o poeta Dedé Rufino e propõe a criação do CTN no Extremo Sul da Bahia
Franedir Gois
11 de fevereiro de 2025Franedir Gois/Riquezanossa
Serginho Boa Pessoa, radialista há mais de 40 anos, poeta, chaveiro, dono de brechó, costureiro, consertador de sapatos, mestre na cultura nordestina foi o convidado do programa Vozes e Riquezas da Terra na manhã de sábado, 8 de fevereiro, na Rádio Caraípe FM. O convidado fez perguntas ao Dr. Daniel Moraes, ex presidente da OAB Teixeira, outro convidado na programação.
Boa Pessoa, carinhosamente, como é conhecido, é um grande intelectual no tocante a música brasileira, sobretudo, na cultura nordestina. É um grande escritor, gosta da poesia e, é especialista na fabricação de mensagens com aúdios valorizando o timbre de sua bela voz. Na manhã de sábado interpretou o poeta José Rufino da Costa Neto, conhecido como Dedé Monteiro, papa da poesia.
A cultura nordestina é um conjunto de tradições, costumes, artes e manifestações culturais que caracterizam a região. É um dos pilares da identidade brasileira. A cultura nordestina é formada por elementos da cultura africana, indígena e europeia. A cultura dos colonizadores portugueses, dos negros e dos índios interagiram e herdaram características próprias. A Literatura de Cordel é um estilo literário próprio do Nordeste, que transmite tradições, folclores e lendas populares.
Serginho Boa Pessoa é um grande defensor e propagador da cultura da região. Ligado à marujada, à folia de reis, à mouros e cristãos, bate barriga, samba de viola, capoeira, boi de janeiro. Dentre outras tradições. Para isso, segundo ele, é possível criar, na região o Centro de Tradições Nordestinas do Extremo Sul.
Poesia de Serginho Boa Pessoa:
SOU ALGUEM FORA DA MULTIDÃO
Num restaurante um andante pede um prato
E recebe um não na grosseria
Só ele com ele tem ciência
Há quanto tempo a barriga está vazia.
Se merece ou não aquela sina
Sua vida de longe a alguém ensina
A escolha que fez com teimosia.
Este mesmo nas ruas perambula
Aproxima sem jeito de um boteco
Se comida, pinga ou peteleco
Sua mente sofrida especula
Na verdade, ninguém me afaga ou bajula
Nesta vida sou mesmo um cacareco
Quando muito recebo é resto de trago num caneco
Certamente isto nem Cristo encabula.
Sou alguém fora da multidão,
Ocupando o lugar que podia ser seu.
Poesia do Radialista, mestre, feitor de cultura, SERGINHO BOA PESSOA.