Boas lembranças de Padre José Koopmans e seus trabalhos relevantes na região

Franedir Gois
13 de março de 2023
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Franedir Gois/Riquezanossa

“Antes de tudo era uma pessoa afetiva, holandês que se tornou baiano e que lutou e denunciou a invasão da monocultura dos eucaliptos e a tristeza e sofrimento do povo pobre que é obrigado a lhes ”dar lugar”. Padre Zé ou simplesmente Zé permanecerá conosco para sempre! Com o povo da roça, com o povo da periferia, com os trabalhadores e trabalhadoras rurais, com os indígenas, a quem tanto amou!” (Geralda Soares, de Araçuai).

“Nós o queremos como um companheiro; / Um compartilhador do amor…/ Um repartidor de ideias…/ Um semeador de resistências;/ Um formador de consciências/ E um construtor de utopias./ Não esqueçamos porém,/ Que no seu peregrinar também/ Ele silenciosamente nos via./ Nos via das alturas do altar/ E nas baixuras do lutar./ Nos via por trás da hierarquia/ Nos via, nos via, nos via…/ E sorria e sofria…” ((Trecho do poema “Fiquemos com as lembranças e com os compromissos”, de Ademar Bogo, do MST).

“Não existe um homem branco que seja mais índio, que seja mais negro do que este. Assim como também não existe aquele que cuide tanto do próximo, seja qualquer criança, jovem ou adulto, que seja excluído, perseguido. … E todos faremos justiça ao seu legado. Tudo o que você nos deixa, nós continuaremos!” (Carolina Ranciaro).

“Vai companheiro, vai fundir-se com a mãe terra, já que a vida inteira tomou-a em defesa, sem jamais transigir. Agora, Tu e Ela, uma só matéria. Vai companheiro, aninhar-se nos braços da Lua, pois tua luta nunca será olvidada, teu grito profético contra a destruição e mercantilização da natureza, tua fúria lúcida contra a corrupção de políticos vigaristas de todos os matizes, corrupção que mata e subtrai a vida de milhares de pessoas, teu profundo senso de justiça, tantas vezes motivo de perseguição pela Igreja Vaticana a que pertences, que, com suas estruturas conservadoras e truculentas, o cerceava; mas não é o evangelho que diz ‘Felizes os que tem fome e sede de justiça'(…)”? (Aliomar Rabelo Cesar).

Esses são relatos de algumas pessoas que acompanharam a jornada de padre José Koopmans em Teixeira de Freitas e em toda região do Extremo Sul da Bahia. Seus escritos, suas palestras, suas homilias e seu legado como um homem de Deus, através das boas ações em prol dos menos favorecidos. Ele, naquele ano de 2007 me pediu para compor músicas que falassem da Natureza, algo que me permitiu produzir cinco músicas, as quais ele as ouviu, antes de morrer. Sempre tive uma relação fraterna com ele. Me ajudou a comprar a passagem para ir ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida para ver o papa Bento XVI na Conferência Episcopal dos Bispos Latinoamericanos e Caribe e na canonização de Frei Galvão, 1º Santo Brasileiro. Fez parte da programação da Rádio Difusora, com o programa: “Nossa Terra e nossa gente precisam ser respeitadas”. Todas as quintas-feiras, ele falava da monocultura e os abusos com a Mãe Terra.

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